domingo, 8 de março de 2015

Flash Submersos - O fruto do Espírito
Jubrac Jacuí22:03

Todo crente regenerado é habitação do Espírito Santo. Seu desafio depois da conversão é viver no controle do Espírito Santo (Ef 5:18). A Bíblia está repleta de pessoas que foram cheias ou dominadas pelo Espírito Santo. Um bom exemplo é Estevão, que momentos antes de ser martirizado, mesmo em meio à dor e a humilhação, foi capaz de ver a gloria de Deus, sentia-se pronto para ir para o céu, amou seus inimigos orando por eles e conseguiu perdoar seus maus feitos.

A morte de Estevão mostra o que o fruto do Espírito Santo pode fazer na vida de uma pessoa. Seus olhos não estavam nos seus maus feitores. Estevão não teve ódio ou rancor por seus inimigos, antes orou por eles, manifestando, assim, o fruto do Espírito Santo em sua plenitude.

O Fruto do Espírito Santo

A palavra fruto indica o que é produzido pelo esclarecimento. O Espírito Santo é a fonte de onde vem essa produção. Essa obra do Espírito é basicamente a reconstrução da imagem de Deus no homem regenerado, que foi perdida desde o Jardim do Éden.

Quando tem o fruto do Espírito Santo, o homem recebe novamente a condição de ser aquilo que Deus planejou que Adão fosse antes da queda, o que Jesus vivenciou aqui na Terra. Ao olharmos para a palavra de Deus, vemos o quanto o ser humano perdeu por conta do pecado, que interferiu, transformou, mudou aquilo que o ser humano deveria ser. Imagine como o ser humano seria se o pecado não tivesse entrado na vida do homem! Deus em Sua infinita misericórdia enviou Jesus para resgatar e regenerar o homem e isso hoje é estabelecido por meio do fruto do Espírito Santo.

Quando alguém vem para a graça por meio do novo nascimento, até a aparência da pessoa muda. Ele era feio, mas fica bonitinho. A ação de Deus em nossas vidas vai reconstruindo a imagem de Deus. Adão foi criado segundo a imagem e semelhança de Deus e isso não diz respeito apenas à capacidade de raciocínio, livre decisão e sentimentos, mas também à semelhança moral. Adão era puro, santo e irrepreensível, mas com o pecado, ele perde essa pureza moral, se corrompe no caráter e a imagem de Deus nele fica deformada, caricaturada, manchada e perdida.

Assim como hoje tem modelos que vendem roupas e paradigmas para as pessoas, Adão também  era um modelo de homem, mas o pecado chegou e o jogou lá em baixo. Então, Deus mandou o segundo Adão e hoje toda a igreja pode ser igual a Jesus Cristo, o nosso Senhor.

A manifestação do fruto é obra do Espírito Santo, não vem de qualquer esforço humano ou exigências legalistas de uma religião qualquer. O Espírito de Deus pode e quer reproduzir na vida do crente essas qualidades morais. Muitas vezes, temos os dons, mas nosso caráter está todo deformado, por isso Deus deu os frutos do Espírito para restaurar essa nossa área, mas essa restauração só acontece se dermos a Deus o controle de nossa vida (Gl 5:22-23.)

Ao dizer "não se embriaguem com o vinho", Paulo está querendo dizer: "não caiam na libertinagem, na imoralidade, na devassidão, no deboche". Livrem-se disso. Ser cheio do Espírito é um processo contínuo e crescente de enchimento. O Espírito Santo está tratando nosso caráter e à medida que as coisas imorais vão saindo de nossa mente e deixamos de praticá-las, Ele nos enche com o fruto do Espírito. Só que o indivíduo pode dar preferência ao vinho ou ao Espírito. Há uma antítese aqui: o vinho leva ao deboche, o Espírito Santo enobrece, o vinho nos torna bestiais, o Espírito Santo nos torna celestiais. Por isso, na hora da escolha, escolha ser cheio do Espírito Santo.

A partir do momento em que desenvolvemos a salvação (Fp 2:12), crescendo na graça e no conhecimento de Cristo (2 Pe 3:18) por meio do compromisso sério com o processo de santificação, leitura bíblica, oração diária e procuramos nos desvencilhar de todo mal hábito (Tg 1:21) e passamos a ter outros hábitos que revelam o rompimento com a velha vida do pecado (Rm 13:14) ou as obras da carne (Gl 5:19-21), sem dúvida alguma, o fruto deverá aparecer espontaneamente.

Curiosamente, a palavra fruto não aparece no plural, mas no singular, dando a ideia de que as nove virtudes descritas pelo apóstolo formam um só fruto. De fato, todos esses aspectos mostram a beleza moral, o caráter do nosso Senhor Jesus (1 Pe 2:21).

O mandamento "sede perfeitos" deve ser nosso objetivo de vida e o fruto nos ajudará a alcançá-lo (Fp 3:12-16). Fomos chamados para sermos santos. Essa é a nossa vocação. Não existe outro cainho para nós. Foi Deus quem disse: sede santos. É isso o que Deus espera da sua igreja.  Alguém já disse que o fruto é o amor e as outras virtudes são consequentes desse amor.

Caráter tem a ver basicamente com comportamento, atitude. Assim, o trabalho do Espírito Santo é criar em nós hábitos novo porque viemos do mundo totalmente marcados. O diabo pegava nossa alma e manipulava, era de uso exclusivo dele. Saímos de uma vida de escravidão, de domínio e o Espírito por meio da palavra de Deus trabalha para que aqueles hábitos pecaminosos e independentes de Deus sejam trocados por hábitos que manisfestem o que somos: luz e sal da terra. O Espírito trabalha de maneira incansável para que aqueles hábitos manipulados pelo diabo sejam substituídos por hábitos que manifestam o novo nascimento, o fruto do Espírito Santo. A igreja é onde paramos para aprender novos hábitos, novas atitudes e o mundo espera que nos aproximemos e possamos enchê-los com a vida de Deus que está em nós.

2 Co 5:17. A natureza de Deus está em pleno desenvolvimento dentro de nós (2 Pe 1:4/ 1 Jo 3:9). Só precisamos nos submeter ao senhorio do Espírito Santo, porque sem Ele, não conseguiremos nenhuma dessas maravilhosas qualidades. Nenhuma denominação ou homem pode nos dar essas qualidades. Em Sua sabedoria, Deus sustenta todas as coisas pelo Seu poder. Isso tudo está na mão do Espírito Santo. De fato, dependemos totalmente do Espírito Santo, desde nossa salvação até a formação dessas características em nós (Jo 15:4,5).

O fruto do Espírito é amor

Na sequência do versículo, Paulo declara que o primeiro aspecto do fruto do Espírito é o amor, aquilo de mais elevado que conhecemos como amor. O amor é o mais poderoso lubrificante social que existe. Deveríamos viver lambuzados dele o tempo todo, pois só assim evitaríamos conflito em nossos relacionamentos pessoais. Se não houver o fruto do Espírito Santo que é o amor em nossos relacionamentos, vai haver atrito, discussões, doenças, problemas, desgastes. O ser humano foi feito para ser cheio do Espírito Santo, então quando o amor de Deus é tirado dele, o ser humano fica em atrito, bravo, brigando, mas o desejo de Deus é que vivamos em paz. Deus quer nos livrar da morte prematura. Muita gente deveria estar aqui, mas morreram porque não se lambuzaram nesse amor ágape.

O Espírito Santo é a causa da produção do fruto e no caso específico do amor, está escrito que o Espírito Santo derrama o amor de Deus em nossos corações(Rm 5:5). À medida que aprofundamos nossa comunhão com Ele, esse amor deve transbordar até fazer parte ativa do nosso caráter. Sem amor, é impossível esquecer o agravo e liberar o perdão.

O fruto do Espírito é alegria.

O termo alegria é manifestação externa de contentamento mediante gestos, palavras, ações. Deus é a alegria em pessoa e podemos afirmar q a alegria ocorre quando temos um relacionamento verdadeiro com Ele. Isso começa quando aceitamos a Cristo (Jo 1:11-13) e prossegue por meio do discipulado (Rm 14:17). A alegria é a satisfação que inunda nosso ser quando completamos com êxito alguma tarefa para Deus. A alegria como fruto do Espírito não pode ser contida por perseguição, dor ou qualquer tipo de adversidade. A alegria do Senhor é a nossa força (Nm 8:10).

O fruto do Espírito é paz

Em simples definição, paz é ausência de guerra ou outras hostilidades entre as nações, estado de harmonia entre pessoas, tranquilidade, serenidade. A paz talvez seja aquilo que o ser humano mais busca com insistência, mas longe de Deus não consegue encontrar. Ainda assim, mesmo diante das batalhas da vida, a paz nos é permanentemente comunicada pelo Espírito que em nós habita. Onde o Espírito Santo habita, ali haverá verdadeira paz (1 Co 6:19).

O fruto do Espírito é longanimidade

Esse termo também significa caráter paciente, que tem grandeza de ânimo, bondoso, generoso. A palavra do grego fala da capacidade que temos de aguentar e suportar as críticas, injúrias, divergências e diferenças de opiniões sem tentar impor as nossas.

O fruto do Espírito é benignidade

Qualidade de quem é benigno, propício, favorável, quem gosta de fazer o bem. A palavra no original tem a ver com a gentileza no trato com os outros. Essa virtude de caráter tem tudo a ver com relações interpessoais (Ef 4:31,32).  Portanto, ser benigno em nosso dia a dia é o mesmo que evitar ofender ou ferir com palavras e atos nossos semelhantes.

O fruto do Espírito é bondade

Natural inclinação de fazer o bem e não causar o mal ao próximo (Ef 5:9). Está em vista aqui o cuidado pelo discipulado, andar nos passos de Cristo e viver Sua palavra (Jo 13:34,35). A palavra original fala da capacidade dada pelo Espírito de sermos bondosos, indivíduos que agem em favor do necessitado sem medir consequências nem esperar nada em troca.

O fruto do Espírito é fidelidade

Qualidade de quem é fiel, quem permanece firme em suas obrigações, crenças e convicções. Fidelidade é sinônimo de lealdade, constância, digno de confiança. O original também é traduzido por fé, mas no contexto, tem mais a ver com a confiabilidade que demonstramos em qualquer compromisso assumido. Quem nasceu de novo, sabe que precisa ser honesto, sincero com Deus e com seu semelhante

O Fruto do Espírito é mansidão.

Brandura, de índole, qualidade de fala lenta, em tom baixo, alguém que é pacifico. Tem a ver com a calma que manifestamos diante de uma situação grave, terrível. Um exemplo disso é quando Cristo estava diante da mulher adúltera (Jo 8:3). Deus é favorável com quem é manso, moderado (Mt 5:5). Mansidão representa submissão à vontade de Deus e o Seu desejo é trazer essa mansidão para nossas vidas.

O fruto do Espírito é domínio próprio.

Moderar desejos, paixões, sobriedade no consumo de alimentos e bebidas. É o exercício do auto controle na vida diária. Quem se domina e renuncia a si mesmo de forma inteligente é como um atleta que treina para vencer. O Senhor nos deu o domínio próprio através do seu Espírito. Somos diariamente tentados, mas o Senhor derramou do seu Espírito sobre todos nós. O domínio próprio já nos foi dado, o Espírito Santo já manifestou em nós, mas as vezes falta a submissão a Ele, andar em espírito, confessando, falando, sendo sincero diante dEle, pois Deus não espera de nós perfeição, mas sinceridade, fidelidade.

Muitas vezes, o jejum, a oração são usados como moeda de troca, mas Deus não deve nada a nós, porque como filhos, Ele nos deu todas as coisas. Se continuamos presos em algumas áreas, é porque não nos apropriamos do que está escrito. As nossas tentações não são maiores do que as que Jesus passou, mas Ele deixou o modelo, o exemplo: Ele venceu o mundo pela palavra. Ele, sendo Deus, se submeteu ao Espírito Santo. O Espírito o conduzia e essa vida de submissão fazia com q a tentação chegasse, mas em momento algum Ele cedesse.

Existem áreas da nossa vida que nos confundem, nos abatem, nos trazem vergonha, mas o Espírito Santo nos diz para crermos na palavra porque o céu e a terra passarão, mas a palavra jamais passará. Deus chama a nossa atenção para nos voltarmos ao que Ele falou. Já basta Adão e Evea terem crido na serpente. Nós já vimos qual foi o resultado, mas quando olhamos para Jesus, podemos ver a consequência de quem crê. Ao Cristo que foi morto, crucificado, Deus o elevou para ser o Cabeça da Igreja.

Vale a pena obedecer a Deus?

Vale a pena obedecer a Deus acima de todas as coisas. Deus sabe o que estamos passando, mas nos diz que nosso Mestre também passou por essas tentações e venceu e, se Ele venceu, podemos também vencer, olhando para Jesus, o autor e consumador da nossa fé!

1 Co 9:25. Quando nós mantemos o nosso ego submisso ao querer de Deus, entraremos por um caminho que em algum momento da eternidade nos será permitido alcançar os mais elevados padrões morais que o Senhor planejou para nós (Fp 3:12-14 / Ef 4:11-16). Assim sendo, voltaremos a como era antes do pecado, mas enquanto isso não ocorre, precisamos ouvir com total atenção as instruções do nosso guia, o Espírito Santo.

Existe um curioso paradoxo: somente quando me aceito exatamente como sou é que pode haver mudanças radicais e genuínas em minha vida. Quando chego diante de Deus em sinceridade, humildade e digo a Ele quem sou, é que há a mudança verdadeira.

Segunda a noite
Preletor: Pr. Isaías
Texto base: Gl 5:22-23

Sobre o autor

Jubrac Jacuí
A Jubrac Jacuí faz parte da Rede Jovem, a divisão de jovens e adolescentes do Tabernáculo O Brasil para Cristo em Vila Jacuí.