sexta-feira, 13 de março de 2015

Flash Submersos - Apascenta minhas ovelhas
Jubrac Jacuí23:08

Texto base: Jo 21:15-17

Pedro achava que a pergunta de Jesus: 'você me ama?' era uma pergunta comum, como as que Jesus fazia normalmente. Mas essa era uma pergunta diferente, que o fazia refletir sobre si mesmo. Jesus pergunta uma vez e Pedro, meio distraído responde "sim, eu te amo". Na segunda vez, Pedro pode ter pensado que Jesus gostava de um carinho e reafirmou. Quando Jesus pergunta a terceira vez, soa diferente para Pedro e ele fica magoado e para. Naquele momento, a voz de Jesus era como uma tocha queimando em seu coração e o empurra para a parede. Com essa pergunta,  feita pela terceira vez, Pedro chega a conclusão de que era incapaz de entender a profundidade desse amor que Jesus estava falando.

Quando Jesus pergunta pela terceira vez, algo diferente acontece dentro do coração, da vida de Pedro. Essa pergunta queria dizer que ele ia ter que abrir mão de muitas coisas, de seu ego para poder apascentar as ovelhas. A pergunta de Jesus pela terceira vez mudou a maneira de Pedro pensar. Até então, ele estava respondendo sem tanta consciência do que significa amar ao mestre Jesus.

A reposta de Jesus: "cuide das minhas ovelhas" talvez tivesse despertado em Pedro uma reflexão sobre a dificuldade de cuidar das ovelhas, sobre como essas ovelhas eram especiais. A verdade é que, como seres humanos, sabemos que dentro da nossa realidade, temos maneiras de expressar amor. Nas duas primeiras vezes, a resposta de Pedro a Jesus era um tanto quanto rasa e não estava no mesmo nível de profundidade da pergunta de Jesus. Ele afirmava que sim, o amava do jeito dele, cuidaria das ovelhas do jeito dele, mas Jesus queria saber se Pedro conseguiria amar como Ele amava, cuidar como Ele cuidava.

Jesus estava perguntando se Pedro conseguiria amar com o amor ágape, isento de afeições sexuais, de intenções próprias. Quando o coração de Pedro aperta, vem a consciência da sua incapacidade, limitação e fraqueza, porque, quem era Pedro? Aquele que negou Jesus três vezes, fracassou, falhou com Ele na hora em que o Mestre mais precisava.

A palavra fala de forma mais profunda a respeito desse amor que Jesus estava dizendo. As características desse amor são:

Sofredor - Não ficarei zangado, nunca levantarei a voz ou perderei a calma com a ovelha do Senhor Jesus?
Benigno - Verei sempre algo positivo na ovelha do Senhor Jesus? Procurarei sempre elogiar em vez de criticar?
Não é invejoso - Não ficarei com ciúmes quando a ovelha do Senhor tiver algo melhor que eu?
Não trata com leviandade - Não vou querer ser o centro das atenções nas conversas?
Não se ensoberbece - não serei orgulhoso nem arrogante diante da ovelha do Senhor Jesus?
Não se porta com indecência - não serei grosseiro, sarcástico nem crítico com a ovelha do Senhor Jesus?
Não busca seus interesses - Não serei possessivo com a ovelha do Senhor Jesus? Buscarei sempre a vontade de Deus e não a minha para a vida dela?
Não se irrita - Não ficarei irritado quando a ovelha fizer algo que possa me entristecer?
Não suspeita mal - Vou demonstrar que meu coração confia na ovelha e que tenho em mim a capacidade de perdoar?
Não folga com a injustiça - Será que não terei prazer quando a ovelha receber punição por não ter me obedecido em alguma instrução?
Folga com a verdade - Vou me alegrar quando a ovelha receber um elogio ou recompensa que em parte caberia a mim?
Tudo sofre - Serei capaz de suportar qualquer tipo de provação ou angústia pelo bem daquele que eu amo e que o Senhor colocou sob os meus cuidados?
Tudo crê - Vou confiar na Ovelha?
Tudo espera - Serei capaz de amar sem desanimar nem desistir da ovelha?
Tudo suporta - Serei capaz de conduzir e apoiar a ovelha suportando-a e amando-a?

Era a respeito desse amor que Jesus estava falando com seu discípulo Pedro. A princípio, ele não compreendeu, mas quando Jesus perguntou pela terceira vez foi como se seus olhos fossem abertos. E o Senhor também tem aberto nossos olhos para que nossa resposta seja convicta e consciente quando Ele nos perguntar.

Jesus está nos levando a um conhecimento mais profundo e quando chegamos a esta profundidade do amor de Deus, chegamos a conclusão de que não conseguimos, que é mais elevado e pesado do que nós conseguimos aguentar e nosso coração fica apertado como o de Pedro porque nos deparamos com a realidade da nossa limitação, da nossa fraqueza.

Amar a Deus acima de todas as coisas é a única forma de receber autoridade para pastorear e apascentar. Somente cuidando das ovelhas do Senhor Jesus nosso amor a Ele será concretizado, firmado.

O que fazer diante da nossa limitação? Nós não temos o que fazer, somos assim. Diante de nossas limitações, fraquezas, dificuldades, precisamos crer que Deus derramou Seu amor em nossos corações por meio do Espírito Santo que Ele nos concedeu (Rm 5:1-5).

Em nós, pode haver a realidade de nossas fraquezas porque somos assim, mas nós não podemos ignorar o princípio da palavra de Deus que diz que esse amor que cura, que restaura, que faz com que o caído se levante, que o aprisionado seja liberto, já está dentro de nós por meio do Espírito Santo. Ele colocou dentro de nós essa capacidade de amar, apascentar. Não precisamos mais buscar em lugar nenhum porque Ele já colocou em nós. Não duvide: o amor já está dentro de você. Então, não tenha medo porque não é o seu amor que vai cuidar, não é sua forma de fazer que vai gerar vida.

O Espírito Santo pergunta: você me ama? E o próprio Espírito Santo diz: então, apascenta as minhas ovelhas!

Cheios do Espírito Santo, podemos dizer: Sim, Senhor, Tu sabes que te amo.

Terça a tarde
Preletor: Pr. Elizeu

Sobre o autor

Jubrac Jacuí
A Jubrac Jacuí faz parte da Rede Jovem, a divisão de jovens e adolescentes do Tabernáculo O Brasil para Cristo em Vila Jacuí.